Porque estamos longe da condução autónoma? Faltam-nos bytes!

O recente acidente trágico de um veículo de testes autónomo da Über, de que resultou a morte de uma transeunte, colocou um forte travão no entusiasmo com que já se abriam as portas aos carros que se conduziam a si próprios. Os testes pararam, vários estados norte-americanos (como a Califórnia) proibiram os testes sem um condutor de segurança, e responsável, atrás do volante e o entusiasmo esfriou um pouco.

No fundo, caiu-se na realidade e colocou-se a pergunta incontornável: estaremos mesmo assim tão próximos de ter a tecnologia da condução autónoma pronta a ser usada? Um perito da BMW que trabalha arduamente no assunto, não tem quaisquer dúvidas: estamos ainda muito longe do dia em que poderemos colocar, em segurança, automóveis a guiarem-se por si só nas estradas! E a sua explicação é simples e limita-se a uma causa: falta ainda a necessária capacidade computacional.

O responsável pelo desenvolvimento da BMW, Klaus Fröhlich, quantificou o que nos falta ainda para chegarmos às capacidades necessárias: o poderio computacional total do departamento de pesquisa e desenvolvimento da BMW é de 60 petabytes – um petabyte corresponde a mil terabytes, ou seja, a um milhão de gigabytes – e, para desenvolver e colocar em prática um programa de automóveis autónomos será necessária uma capacidade de… 600 petabytes, portanto dez vezes superior à existente actualmente!

Por isso as marcas estão a trabalhar tão intimamente com os maiores fabricantes de processadores. Por exemplo, a BMW estabeleceu parcerias com a Intel e a MobilEye para desenvolverem as tecnologias necessárias, enquanto a Über está a trabalhar com a Nvidia. Mas, pelos vistos, ainda teremos muito que andar até ser mesmo seguro… "largar" os carros por aí.

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